Depois da Kia, chegou agora a vez da Hyundai se converter ao clube dos ecológicos, criado com a eclosão da crise mundial aproveitando os planos de dinamização do mercado automóvel. Como sucede na marca gémea, o i30 utiliza o sistema “start&stop” da Bosch, colocou-o num motor a gasolina de 1.4 litros e reduziu os consumos 6 por cento e as emissões um pouco mais que isso.
A retoma, dizem, já chegou mas a verdade é que as questões ecológicas e a redução dos consumos continuam na ordem do dia. As primeiras porque quanto menos CO2 produzir um veículo, maior a benesse fiscal, as segundas porque apesar de tudo, os combustíveis continuam caros.
O que se pode fazer no imediato. Uns desenvolvem os eléctricos – todos! – mas para conseguir reduzir consumos e emissões, o mais fácil e simples é o sistema “stop&start” que desliga e liga o motor consoante a utilização.
Convirá, porem, dizer que nos ambientes urbanos este sistema, é mesmo eficaz mas não contribuem para a poupança de combustível e para diminuir as emissões de CO2 caso sejam maioritariamente utilizados fora das cidades.
É verdade que os consumos e as emissões de CO2 alistadas na ficha técnica revelam uma baixa importante, mas a verdade é que isso são resultados obtidos quando enquadrados numa fórmula precisa. No caso a norma ECE que entre os muitos testes inclui 12 paragens e arranques. Ora, por aqui fica evidente que o sistema “stop&start” é uma peça fundamental para os valores apresentados.
O sistema ISG é o segredo. Na Hyundai os modelos equipados com este sistema chamam-se Blue. O “Idle Stop&Go” desliga o motor em caso de paragem e perante a falta de tempo para criar uma solução própria, o grupo Hyundai-Kia abriu os cordões à bolsa e comprou o sistema desenvolvido pela Bosch. Igualzinho, por exemplo, ao da BMW, utilizando o sensor do ângulo da cambota, o sensor da bateria, um alternador inteligente, um motor de arranque mais fiável e uma bateria especial para maior duração.
O funcionamento é simples e todos o conhecem: quando paramos, desengatamos a caixa e retiramos o pé da embraiagem, o motor desliga-se. Quando carregamos na embraiagem, o motor liga-se. Ora isto exige uma mudança nos hábitos de condução, ou seja, quando parar num semáforo ou no trânsito terá de desengatar o carro e tirar o pé da embraiagem, sob pena do sistema nada valer.
Em termos técnicos, o motor de arranque foi reforçado para que não entre em colapso com este frenesim de arranques sucessivos (300 mil ciclos contra os 50 mil habituais) e a embraiagem também. Existe ainda um alternador inteligente, controlado pela unidade de comando do motor (ECU), sendo este que quem decide qual a melhor oportunidade para o alternador carregar a bateria.
Essas ocasiões são quando o carro está a desacelerar, a travar ou quando rola em velocidade de cruzeiro sem necessitar de toda a potência. Isto porque quando um alternador está a carregar a bateria, rouba potência ao motor, logo, quando o propulsor está em carga e o alternador também, o consumo aumenta.
Em utilização, o sistema ISG revela-se rápido. Pouco menos de meio segundo para desligar o motor – e não precisa de utilizar o travão de mão, pois os travões ficam utilizáveis – e um pouco mais para que o motor ligue e possamos arrancar. O arranque faz-se suavemente e sem quase darmos por isso. Obviamente que se não quiser alinhar neste comboio ecológico, pode optar por outro modelo ou então utilizar o botão que desliga o ISG. Tudo o resto é exactamente igual ao modelo original.
Menos agradáveis são as prestações, pois o motor 1.4 a gasolina apesar de ter 109 CV, tem um binário curto e colocado num patamar elevado. Inexplicavelmente não há caixa de seis velocidades e assim sendo é complicado cumprir os valores plasmados na ficha técnica. Então se quisermos tirar tudo do motor, as cifras de consumo ficam acima dos sete/oito litros e às vezes mais.
Quanto ao i30, confirma tudo aquilo que já foi dito sobre este Hyundai: grande qualidade de construção, um comportamento muito bom e um conforto ao nível dos melhores. Espaço é coisa que também não falta a bordo e na bagageira.
Valerá a pena comprar um i30 Blue?
O sistema ISG é útil apenas em casos de tráfego muito congestionado, onde as paragens do motor são realmente uma mais-valia em termos de consumo de combustível e de emissões.
Se a utilização for maioritariamente em estrada, o ISG não serve de absolutamente nada, pois sem paragens não há economia de gasolina. Quer dizer… alguma pois os pneus de baixo atrito ajudam um bocadinho.
Assim sendo, terá de fazer bem as contas, pois o i30 Blue custa mais 200 euros que um i30 1.4 pelo que nem sequer as benesses fiscais ajudam muito. Contas feitas, o i30 Blue fica por quase 19 mil euros.
Características técnicas
Motor – 4 cil. 16V; 1397 c.c.; injecção multiponto; Potência (CV/rpm) – 109/6200; Binário (Nm/rpm) – 137/5000; Transmissão – Dianteira, caixa manual 5 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4245/1775/1480; Dist. entre eixos (mm) – 2650; Capacidade da mala (lt) – 440/1250; Peso (kg) – 1368; Velocidade Máxima (km/h) – 187; Acel. 0-100 km/h (s) – 10,9; Consumo médio (l/100 km) – 5,7; Emissões CO2 (gr/km) – 135 (Categoria B); Preço – 18.800 Euros
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