PRIMEIRO ENSAIO / Mercedes E63 AMG – Rocketman!

O CAR BLOG ensaiou em primeira mão o poderoso e impressionante Mercedes E63 AMG, uma berlina de luxo com 525 CV, caixa de sete velocidades e comportamento referencial. Catapultados pelo V8 de 6.3 litros, passamos a ser um verdadeiro “Rocketman”!

Imaginem uma criança largada livre dentro de uma loja de brinquedos. Consegue imaginar? Foi exactamente assim que nos sentimos quando debaixo de uma chuva fria e copiosa nos entregaram a chave do E63 AMG. A descarga de adrenalina fez-nos perder o raciocínio e dizer uma série de patetices, mas lá acertámos a posição de condução – graças aos comandos eléctricos colocados na porta, mas que curiosamente não comandam a regulação longitudinal, feita à mão! – e jogando pelo seguro deixamos as ajudas à condução ligadas. Mas não prescindimos do comando manual da caixa AMG Spedshift MCT-7.

A maldita chuva, o limitadíssimo tempo e quilometragem disponível para este ensaio, deixaram-nos algo tristes – e impedidos de tirar fotografias –  mas não podíamos perder a oportunidade de lhe oferecer o ensaio a um carro tão especial como este que no nosso país custa 145 mil euros (150 mil a carrinha). Mas acreditem que vale cada cêntimo que custa.

Tecnologia de ponta

O percurso escolhido desenhava-se em estradas nacionais pouco sinuosas, mas onde poderíamos largar o E63 AMG à solta sem problemas.

Primeiro passo foi perceber todos os sistemas do carro. Além da caixa de velocidades Speedshift MCT-7 com sete marchas e comando manual através de patilhas colocadas atrás do volante (caixa sem conversor de binário, mas embraiagem em banho de óleo), na consola central encontramos o botão AMG Drive Unit que controla os 4 modos da caixa. Temos o C (Control Efficency), S (Sport), S+ (SPort Plus) e M (Manual). No modo manual a caixa troca de mudança em 100 milésimos de segundo. Temos também o AMG Ride Control, que comanda a suspensão de controlo electrónico. Os amortecedores são comandados por este sistema, endurecendo-os à medida das necessidades, utilizando molas a ar na traseira e um novo eixo dianteiro com rodas independentes. Desta forma há maior resposta aos “inputs” da direcção e a traseira mantém-se sempre à mesma altura do solo, melhorando bastante o comportamento. Finalmente, o Race Start que permite fazer arranques alucinantes. Para que possamos domar os mais de 500 CV do E AMG, a Mercedes colocou um novo ESP de 3 estágios (ESP On, ESP Sport, ESP Off) e, isto é notícia, agora podemos desligar completamente este sistema! A direcção é também nova, mais directa e com maior sensibilidade e no capítulo da travagem a AMG deitou mão a material compósito para fazer os enormes rotores de 360 mm para as rodas da frente, mordidos por maxilas de 4 pistões. Com pneus de 18 polegadas e borrachas com o tamanho 255/40 à frente e 285/35 atrás.

Finalmente o motor. Um V8 de 6.3 litros com 525 CV e um massivo binário de 630 Nm, capaz de fazer 7200 rpm e um ruído de nos deixar boquiabertos…

Interior razoavelmente desportivo

Apesar de ser noite cerrada – inconvenientes do Inverno… anoitece cedo – percebemos que o interior do E63 AMG decalca o interior dos outros Classe E, adicionando pedais em alumínio, bancos exclusivos AMG com enorme apoio lombar e que permite que nos sentemos bem em baixo para sentir o automóvel, o selector da caixa de velocidades é do tipo “one touch”, novos revestimentos das embaladeiras com o logótipo AMG e um volante de pega mais grossa. Depois, ficam na retina os instrumentos com estilo AMG, que mantendo a disposição do Classe E normal, lembra-nos que lá à frente está um V8 de 6.3 litros.

A unidade ensaiada tinha como opcionais as jantes de liga leve de 19 polegadas , a suspensão AMG Performance que endurece um pouco mais a suspensão, o diferencial traseiro autoblocante afinado a 40 por cento, o lábio em carbono colocado em cima da tampa da mala e o volante de três braços.

Ao volante? impressionante!

Chuva, escuridão e pouco quilómetros não nos deixaram a fotografia completa do E63 AMG, mas acreditem que nos divertimos que nem loucos com a capacidade de aceleração, deixando alguns locais boquiabertos quando ouviam um verdadeiro avião a passar por si nos locais menos prováveis.

A aceleração e a velocidade são impressionantes, mas o que nos ficou na retina foi a enorme estabilidade e como as suspensões conseguem absorver as irregularidades de forma absolutamente fantástica. E o mais curioso é que nem sequer sentimos grande dureza na suspensão, mesmo esta estando afinada para o modo mais duro.

Perante tanta chuva e piso encharcado chegar aos 250 km/h de velocidade máxima limitada electronicamente seria uma loucura, mas demos por nós muito acima dos 200 km/h em estradas nacionais e com piso bem molhado. E sem a menor hesitação nem sensação de risco iminente. As poucas curvas que polvilhavam o percurso escolhido foram devoradas com tamanha facilidade que, honestamente, nem sequer demos por elas… A travagem é imponente e com a ajuda da caixa, liquidamos velocidade quase num piscar de olhos. E depois temos a ajuda da direcção, directa e com enorme sensibilidade, dando-nos a conhecer o que se passa na estrada e permitindo desenhar a trajectória desejada.

Ficou-nos a faltar a oportunidade de andar numa estrada sinuosa com bom tempo em os sistemas de segurança ligados, mas não foi possível.

Olhando para o preço de 145 mil euros, mais algumas centenas para alguns extras que colocam o preço nos 150 mil euros, podemos dizer que é um carro caro. Porém, este Mercedes E65 AMG vale cada cêntimo que custa e desta feita não é só um carro com um motor carregado de potência. É uma berlina desportiva que deixará os rivais de Munique a coçar a cabeça. È que este E65 AMG é um automóvel extraordinário! E o CAR BLOG ensaiou-o para si em primeira mão…

Características técnicas

Motor – V8 32V; 6208 c.c.; Potência (CV/rpm) – 525/6800; Binário (Nm/rpm) – 630/5200; Transmissão – Traseira, caixa automática AMG 7 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, três braços de ligação/Independente, multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent.; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4891/1872/1442; Dist. entre eixos (mm) – 2874; Capacidade da mala (lt) – 540; Peso (kg) – 1840; Velocidade Máxima (km/h) – 250; Acel. 0-100 km/h (s) – 4,5; Consumo médio (l/100 km) – 12,6; Emissões CO2 (gr/km) – 295 (Categoria E); Preço – 145.000 Euros

Mercedes E Station: segurança e conforto

A Mercedes-Benz apresentou mais um membro da família do Classe E, a Station, que combina um design único com um óptimo conforto e grande funcionalidade. O Classe E trouxe uma série de inovações tecnológicas para este segmento possui, como a detecção de sonolência do condutor, a travagem automática de emergência em caso de uma iminente colisão, o assistente de luzes de máximos e o capot activo. A versão carrinha dispõe de todas estas inovações, além da suspensão pneumática traseira com regulação automática, de série, e uma nova gestão do compartimento de carga.

Referir que em mais de 30 anos já foram comercializadas mais de um milhão de unidades da carrinha do Classe E.

A nova carrinha E possui o estilo atlético e funcional da berlina – já ensaiada aqui no seu CAR BLOG – mas devido à forma natural de carinha, consegue ser ao mesmo tempo suave e com uma sensação de segurança.

A secção traseira reforça a elevada funcionalidade pretendida para uma carrinha com uma bagageira com capacidade superior a 600 litros e que conta com o sistema de gestão do compartimento de carga Easy-Pack e a abertura e fecho automático da mala. O sistema “quickfold” permite rebater os encostos dos bancos traseiros a partir do compartimento de carga, deixando de ser necessário ajustar previamente os apoios de cabeça e os assentos dos bancos traseiros. As duas secções desbloqueiam-se e rebatem-se, sendo possível o transporte de objectos longos e de grande dimensão. A cobertura da bagageira e a rede de retenção que, pela primeira vez está fixa ao nível do cinto, é agora mais fácil de usar.

Com dimensões generosas – 4895/1854/1471mm – o Classe E Station posdui um amplo habitáculo, dois bancos de recurso escondido na base da bagageira e uma largura à altura dos braços na parte traseira de 1 505 mm (+ 50 mm que o anterior). O tejadilho também subiu cerca de 50 mm, para 1 010 mm.

Toda a parafernália de sistemas de segurança do Classe E berlina está disponível para a carrinha, com destaque para o sistema “Attention Assist”, que dispõe de sensores que controlam constantemente mais de 70 parâmetros diferentes, faróis adaptativos que se adaptam às condições de tráfego ou o sistema de travagem de emergência automática (activada na iminência de uma colisão). Tem ainda o sistema de controlo da distância Distronic Plus e o travão Pre-Safe que inicia automaticamente uma travagem parcial ou de emergência e que pela primeira vez tem capacidade para utilizar a informação recebida pelos sensores de curta distância, localizados nos pára-choques, para tensionar os cintos de segurança dianteiros antes de uma colisão, reduzindo as cargas exercidas sobre o condutor e acompanhante.

O Classe E Station, encontra-se equipado de série com nove airbags, quatro tensores dos cintos de segurança e limitadores da força dos cintos, apoios de cabeça Neck-Pro activos para o condutor e acompanhante.

Os airbags incluem dois airbags adaptativos para o condutor e acompanhante, um airbag para os joelhos do condutor, dois airbags laterais nos encostos dos bancos dianteiros e dois “windowbags” de grande dimensão que se estendem do pilar A ao pilar C. Pela primeira vez, estão incluídos “pelvisbags” para os ocupantes da frente, que reduzem as forças que actuam sobre o dorso e a zona pélvica numa colisão lateral. Os airbags laterais para os bancos traseiros são opcionais. Outra novidade reside nos limitadores adaptativos da força dos cintos para a parte traseira, que se ajustam ao tamanho e peso dos ocupantes.

O nível de consumo e de emissões foi reduzido graças aos novos motores e medidas de optimização (aerodinâmica, peso, gestão de energia, reduzidas resistências). O motor do E 250 CDI Station, com 204 CV e um binário máximo de 500 Nm, tem um consumo de combustível de apenas 5,7 l/100 km e 150 g/km de emissões de CO2 .

E foi exactamente este modelo que o CAR BLOG ensaiou em primeira mão durante a apresentação nacional do Mercedes E Station em Évora. Apesar da muita chuva no percurso utilizado, foi clara a sensação de conforto e segurança já experimentados na berlina, igualmente ensaiada aqui no CAR BLOG.

Apesar das suas dimensões generosas, somos capazes de nos esquecer disso, tal a agilidade que o óptimo chassis e o equilíbrio geral proporcionam. A condução é uma experiência tranquila que nos faz desejar ligar o ponto A ao ponto B pela estrada mais longa.

Semelhante à berlina, a versão carrinha tem na enorme bagageira o seu trunfo e na forma fácil e prática como se rebatem os bancos uma mais-valia. O motor 250 CDI vale realmente a pena, pois tem potência suficiente para mover o peso elevado do classe E, mostrando-se económico e pouco poluente. A caixa automática é fácil de utilizar e também contribuiu para o tal conforto de utilização.

Contas feitas, o preço é de 63.723 euros e por mais 1800 euros, tem direito ao pack AMG que aumenta, e muito, a sedução deste classe E Station, além de lhe acrescentar características dinâmicas extraordinárias. Refira-se que este valor é apenas válido para os modelos 250 CDI.

A restante gama da carrinha do Classe E começa nos 53.182 euros do E200 CGI (motor a gasolina) e termina nos 150 mil euros do E63 AMG, passando pelos 53.962 euros do E250 CGI, os 72.945 euros do E350 CGI. Os motores diesel começam nos 57.4867 euros do E 200 CDI, passando pelos 59.715 euros do E220 CDI e terminando nos 79.008 euros do E350 CDI. Com caixa manual os E200 CDI, E220 CDI e E250 CDI custam, respectivamente, 53.982, 56.067 e 60.075 euros.

Mercedes E350 CDI Avantgarde – Provavelmente o melhor do segmento

aberturaA palavra agora é da BMW… A Mercedes já lançou a mais recente evolução do Classe E, o eterno rival do Série 5, excedendo todas as expectativas ao oferecer um carro com estilo arrojado e agressivo do mais belo efeito, equipado com motores competitivos e um comportamento cada vez mais assanhado. Talvez por isso seja, neste momento, o melhor carro do segmento.

Há alguns anos alguém escreveu que “Mercedes… é Mercedes”, os anos passam e essa singela frase é perfeitamente actual. Lembram-se do primeiro Classe E com dupla óptica redonda? Exactamente, o desenhado por Bruno Sacco e que originou grande polémica – o carro não é feio nem bonito… é um Mercedes! – foi revisto, ficando com o mesmo conceito por Peter Pfeiffer em 2002. Mais agradável, porque mais afilado e menos bojudo, o Classe E continuou a dividir opiniões. Chegada a hora de renovar, eis que o Classe E surge, uma vez mais, com dupla óptica, mas agora num registo mais quadrado sob a pena de Gordon Wegener. Aliás, todo o classe E passou a ser uma sucessão de linhas rectas com uma traseira que parece ter sido desenhado por outra pessoa tal a falta de arrojo, olhando, claro está, ao resto do carro.

Pode até parecer que o Classe E não é bonito, mas asseguramos que ao vivo é bem mais interessante e que com o passar do tempo a paixão aumenta bastante. E se olhar bem, verá ali a inspiração no Classe C, um carro que todos concordamos, é bonito.

IMG_9872Interior enorme e de qualidade

Se o exterior do Classe E pode vir a suscitar discussão – tal como os seus antecessores – o interior nem por isso. Continuando a ser sóbrio e não especialmente atraente (mais linhas rectas que se aproximam muito daquilo que é visto no GLK, por exemplo) o habitáculo revela-se espaçoso e, mal seria que assim não fosse, de muita qualidade. Podemos até ficar desiludidos, numa primeira análise, perante a sensação sensaborona que tudo dentro deste E350 CDI transmite. Mas depois de andar uns quilómetros percebemos que tudo é pensado para o conforto do utilizador e o pragmatismo acaba por ser muito bem-vindo.

Inexplicável é a continuidade de um travão de mão… de pé e não uma unidade eléctrica automática. Que caramba, não merece um Classe E um equipamento destes?! Outra coisa: percebemos que a tradição ainda é o que era e que a estrela terá sempre de se manter no topo do capot e que a alavanca do limpa-párabrisas agrupe os indicadores de direcção e o comando dos máximos, mas porque raio é que o cruise control e o limitador de velocidade não estão num botão ao invés da haste que invariavelmente nos leva ao engano?!

Felizmente, tudo o resto está “en su sitio” e o conforto é magistral. Até o pormenor dos apoios de braços na consola central e no forro das portas está pensado para podermos desfrutar de uma viagem de autoestrada sem utilizar mais que dois dedos…

Espaço é coisa que também não falta e por momentos conhecemos alguma indecisão entre ocupar o banco do condutor ou o banco traseiro. A insonorização é excelente e este E350 CDI mostra-se um excelente motivo para aquela viagem ao Norte ou ao Sul que andava para fazer há muito tempo. E até a capacidade da mala é óptima: 540 litros!

E depois temos o completo nível de equipamento… deste modelo ensaiado. É verdade. Bancos dinâmicos com suporte lateral accionado consoante o raio das curvas, sistema de navegação, mãos livres Bluetooth, sistema de som Harmon Kardon Logic 7, acesso mãos-livres, tecto de abrir eléctrico, volante em pele, sensores de luz e chuva e ar condicionado bi-zona automático entre mais algumas coisinhas. Quase tudo opcional que só no interior eleva a factura para lá dos 20 mil euros!

E já agora, lá fora, as jantes que vê (são AMG e monografadas) e todos os apêndices aerodinâmicos que dão um ar ainda mais agressivo e sedutor a este E350 CDI, fazem parte do pack AMG que custa 3.240 euros.

Comportamento cada vez melhor

Antigamente, as marcas alemãs Premium eram conotadas com uma só qualidade: a Mercedes era a marca do conforto e opulência, a BMW a desportiva e radical, a Audi era a assim-assim. Hoje tudo este bem diferente e este E350 CDI é prova disso mesmo.

Levado para a estrada, o E350 CDI continua um primor em termos de conforto e agradabilidade de condução, mas encara com naturalidade uma estrada mais retorcida queixando-se apenas quando já estamos muito para lá daquilo que um Mercedes naturalmente é capaz de fazer. E este até faz, mas o ESP que nunca se desliga na totalidade – que falta de confiança! – acaba por nos cortar o divertimento. A suspensão desportiva que equipava esta unidade nunca nos deixa irritados com a sua dureza. Um compromisso muito bom que a marca alemã conseguiu encontrar. Em relação ao anterior modelo, o E350 CDI possui uma direcção agora mais directa e sensível que comunica com o condutor, o que conjugado com um chassis mais rígido e suspensões melhores, elevou e de que maneira os limites do comportamento. A travagem é imaculada, sem fadiga e apenas um bocadinho justa quando decidimos esquecer os quase 5 metros de comprimento e os quase 1900 quilos de peso e elevamos o ritmo.

Mecânica excelente

O motor V6 de 3 litros deste E350 CDI não é dos mais potentes da classe, mas será, certamente, dos mais lineares e agradáveis em termos de utilização. Potência (231 CV) e binário (540 Nm) estão sempre prontos a ajudar o condutor, desde que o regime não desça abaixo das 1500 rpm. Nessa altura é a brilhante caixa automática 7G-Tronic que faz milagres, empurrando o E350 CDi para diante com vigor e quase sem se dar pelo poço que existe abaixo daquele limite de rotação. E acreditem que apesar do peso, o E350 CDI anda muito depressa graças à caixa e à qualidade do motor. É um Mercedes!

Felizmente já começam a ser cada vez mais os que têm capacidade para ter acesso a um E350 CDi – embora saibamos que não será esta a versão mais vendida pois existe um E250 CDI com motor de 4 cilindros – mas, infelizmente, ainda somos muitos os que não conseguem lá chegar. De base o E350 CDi custa 73.756,30 euros, valor ao qual terá de juntar logo à cabeça 3.240 euros do pack Avangarde (há pack mais barato) e mais 1.044 euros da pintura metalizada. Depois? È um mundo! A unidade que ensaiámos, tinha quase 30 mil euros de extras mandando o preço bem para lá dos 100 mil euros. É muito, mas para quem pode, o Mercedes E350 CDi justifica cada cêntimo gasto. Afinal… Mercedes é Mercedes!

Características técnicas

Motor – V6 24V; 2987 c.c.; “common rail” c/turbo de geometria variável e intercooler; Potência (CV/rpm) – 231/3800; Binário (Nm/rpm) – 540/1600-3800; Transmissão – Traseira, caixa automática 7G-Tronic de 7 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente, multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4868/1854/1465; Dist. entre eixos (mm) – 2874; Capacidade da mala (lt) – 540; Peso (kg) – 1825; Velocidade Máxima (km/h) – 248; Acel. 0-100 km/h (s) – 6,8; Consumo médio (l/100 km) – 7,1; Emissões CO2 (gr/km) – 186 (Categoria C); Preço – 73.746 Euros

Mercedes GLK 220 CDi – Mecânica mais racional

IMG_9628Com este motor, o GLK fica mais acessível, logo mais racional, pois qualidade é coisa que não falta ao SUV compacto da Mercedes. E além do motor, com belos argumentos na caixa automática e pacote de todo-o-terreno que oferece pneus mistos.

Rival natural do BMW X3 e do mais recente Audi Q5, além do maior Volvo XC60 (já ensaiado pelo CAR BLOG [categorias – ensaios – volvo]), o Mercedes GLK recebeu um motor mais pequeno e capaz de lutar com os adversários em matéria de preço. Mas ao mesmo tempo, a marca de Estugarda não deixou de fazer alguns acertos como a proposta em exclusivo da caixa automática de sete velocidades e o programa BlueEfficiency.

O estilo do GLK é assumidamente cubista com ligeira influência daquilo que a BMW fez com o precursor deste segmento dos SUV compactos, o X3. Ou seja, o GLK tem uma frente comprida, um corpo compacto e uma traseira ampla. As linhas são assumidamente rectas, com uma linha de cintura em cunha e com forte vinco lateral e cavas das rodas musculadas.

Na versão que o CAR BLOG ensaiou, equipada com o “pack Todo-o-Terreno, as jantes de 17 polegadas fazem parecer que há carroçaria a mais. No cômputo geral, o estilo deste SUV Mercedes é bem agradável e, pelo menos, tem o mérito de ser diferente mantendo-se dentro dos cânones habituais da marca alemã. E a estrela lá está bem em destaque na frente…

Interior espaçoso

A altura ao solo não é muito elevada, mas com o “pack todo-o-terreno “ há umas protecções nas embaladeiras que complicam ligeiramente o acesso. Nada de muito complicado. Franqueada a porta, damos com interior tipicamente Mercedes, ou seja, frio mas de grande qualidade, racional e correcto em termos de ergonomia. Apenas três críticas: o volante não está centrado com o condutor, alguns materiais já conheceram melhor qualidade e não se percebe porque razão continua a ser utilizada uma solução de travão de mão… de pé ao invés de uma unidade eléctrica cada vez mais banalizada.

Espaço não falta dentro do GLK e cinco adultos não conhecem grandes dificuldades em encontrar espaço nem mesmo para arrumar as pernas. Os bancos são confortáveis e o condutor tem direito a regulação eléctrica em altura. Há complemento de regulação através de um sistema mecânico que baixa ou sobe a arte de frente do banco consoante o tamanho das pernas do condutor.

Na bagageira também não há razões para queixa, pois o GLK oferece 450 litros e uma chapeleira que corre sobre calhas, o que facilita a sua utilização. O banco traseiro é rebatível em duas partes o que aumenta sobremaneira a capacidade. Pequeno problema reside na altura do acesso, mas nada a fazer pois o GLK é um SUV. O acesso está protegido por uma placa de alumínio que além disso dá bom aspecto aquela zona. Faz parte do “pack todo-o-terreno que juntamente com as jantes de 17 polegadas e pneus mistos custa 1456 euros.

O equipamento é apenas suficiente, pois num carro com este valor poderíamos esperar o sistema de navegação de série. Não há (custa mais de 3 mil euros) mas há faróis de nevoeiro, sensor de luminosidade para os faróis (o de chuva custa 174 euros), computador de bordo, sistema Neck Pro nos encostos de cabeça e o ar condicionado automático.

No lado dos opcionais, este GLK 220 CDi tinha disponível o sistema Pre-Safe, programa que em caso de aleta para embate, aperta os cintos para colar os passageiros aos bancos, caso haja tecto de abrir fecha-o, o mesmo fazendo-o às janelas para melhorar a eficácia dos airbags, além de ter controlo sobre os bancos, mexendo-os de forma a colocá-los em melhor posição para receber o embate. Vale a pena e custa “apenas” 534 euros.

Mecânica eficaz, económica e amiga do ambiente

O bloco de 2.2 itros do GLK já é conhecido de outros modelos da Mercedes, nomeadamente o Classe C. Com 170 CV e um binário de 400 Nm, tem poderio suficiente para mexer com desenvoltura as quase duas toneladas do GLK sem problemas. Aliás isso é bem visível nos 205 km/h de velocidade máxima e nos 8,8 segundos para chegar aos 100 km/h.

A caixa automática é excelente, bem escalonada e é um prazer especialmente quando andamos muito em cidade. A condução não apresenta problemas e em termos de consumos, valores abaixo dos 8 litros são fáceis de alcançar. Já o mesmo não acontece com a média apresentada pela Mercedes de 6,7 litros, verdadeiramente optimista. Também na componente ambiental o GLK não está mal munido, pois 183 gr/km não é um número fantástico mas bom para um carro com quase 2 toneladas. A travagem está num bom nível e a direcção mostra-se correctamente assistida.

Quanto às incursões fora de estrada, o GLK está equipado com pneus mistos que ajudam a transmissão integral a conseguir ir mais longe que um simples passeio em caminhos poeirentos. Mas para ir mais além, terá de ir ao bolso buscar 834 euros para comprar o “pack” tecnológico todo-o-terreno que lhe oferece o controlo de velocidade em descida e superior tracção em pisos escorregadios.

Comportamento tranquilo

Ao contrário do X3 da BMW e do Q5 da Audi, o GLK da Mercedes é um SUV tranquilo que não está pensado para utilizações desportivas. A suspensão é suave e desenhada para conferir conforto, controlando ainda assim muito bem a carroçaria. É evidente que quando o andamento começa a ser demasiado, o GLK alarga a trajectória e a massa começa a criar problemas. Mas acreditem que isso só sucede quando abusamos claramente do Mercedes.

Ou seja, o GLK é um carro confortável, muito seguro e fácil de conduzir. Um Mercedes…

O preço inferior aos 55 mil euros não é nenhuma pechincha e olhando a algumas falhas de equipamento, poderíamos esperar mais. Mas se gosta da marca e deseja ter um SUV, o GLK 220 CDI é uma óptima escolha.

Características técnicas

Motor – 4 cil. 16V; 2148 c.c.; “common rail” c/turbo de geometria variável; Potência (CV/rpm) – 170/3800; Binário (Nm/rpm) – 400/1400; Transmissão – Integral, permanente, caixa automática de 6 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente, multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4528/1840/1689; Dist. entre eixos (mm) – 2755; Capacidade da mala (lt) – 450; Peso (kg) – 1845; Velocidade Máxima (km/h) – 205; Acel. 0-100 km/h (s) – 8,8; Consumo médio (l/100 km) – 6,7; Emissões CO2 (gr/km) – 183 (Categoria D); Preço – 54.993 Euros