Volvo XC60 2.4D Drive Momentum – Beleza económica e ecológica

O Volvo XC60 é um SUV muito bonito que nesta versão Drive mais ecológica, perde a tracção integral, reduz consumos e emissões poluentes mas, principalmente, é oferecido a um preço muito mais interessante que fica na barreira dos 45 mil euros.

Imaculado na cor da moda, este XC60 pareceu-nos ainda mais atraente que o habitual. Este Volvo é imponente – embora mais pequeno que o XC90, parece… enorme! – e parecia-nos estranho que conseguisse consumos abaixo dos 10 litros. Depois de algum pára-arranca no meio de Lisboa e um percurso rapidinho via autoestrada/CREL até casa, debruçamo-nos sobre a ficha técnica e confirmamos várias coisas. Primeiro que este SUV deixa de o ser na sua plenitude pois prescinde da tracção integral. Pode parecer estranho, mas digam lá: iriam comprar este carro apenas porque tem tracção integral? Claro que não! Por isso mesmo a tracção dianteira é mais que suficiente e o XC60 ganha bastante com este opção. Mas já lá iremos.

Depois vimos que o motor do XC60 Drive é o cinco cilindros de 2.4 litros com apenas um turbocompressor, mas numa versão “descafeinada” que perde 10 CV para o XC 60 2.4D AWD, ou seja, debita 175 CV. Ou seja, já tinha menos tracção e menos potência.

Quando chegamos à parte das características técnicas e reparámos nos valores de consumos e de emissões, ficámos boquiabertos. A Volvo anuncia 6 litros de consumo médio e emissões de CO2 de 159 gr/km. Ficámos a pensar que se tinham enganado no carro, pois este XC60 branco andava muito bem. Algo estava mal, pensamos com os nossos botões.

Mais eficaz

Num primeiro momento pensamos que fosse impressão nossa, mas depois de confirmar com o cronómetro ficámos esclarecidos. Graças à ausência da tracção integral, ao remodelado motor (agora com menos peso e muito menos atrito) e ao menor peso, este XC60 é mais lesto nas acelerações que o XC60 com motor de 185 CV, acabando por ser mesmo mais agradável de conduzir, pese embora as naturais perdas de aderência do eixo dianteiro.

Refira-se que o motor está bastante alterado, recebendo além de tratamento para reduzir as fricções, injectores piezo eléctricos com maior pressão de injecção e uma taxa de compressão mais reduzida.

Todas estas alterações não reduziram o prazer de condução, antes pelo contrário, pois o XC60 continua a ser muito fácil de conduzir e capaz de nos levar para lá dos 200 km/h e chegar aos 100 km/h em menos de 10 segundos.

O que também não foi afectado foi o comportamento, muito bom e que não perde absolutamente nada com a perda da tracção integral. Antes pelo contrário.

Mas o mais extraordinário reside nos consumos. Quem poderia imaginar que sem preocupações de consumo ter ficado aquém dos 8 litros de média? Quem? Mas a verdade é que consegue e por muito que abusássemos, o XC60 não mudava o registo.

Depois é o conforto, a beleza de linhas no interior e o bem-estar a bordo. Por vezes há a tendência para olhar apenas para os modelos da moda e das marcas da moda. Não conhecemos, por culpa da SIVA que nos vedou o acesso a veículos de ensaio, o Audi Q5 mas o BMW X3 conhecemos muito bem e acreditem que este XC60 não se fica atrás.

Finamente, dizer que a travagem é correcta, a direcção medianamente comunicativa e em termos de utilização, apenas o facto da tracção feita às rodas da frente permite que existam algumas falhas de motricidade, mas nada com que não se possa viver.

Ficando abaixo dos 45 mil euros, mesmo nesta versão Momentum (versão intermédia), o XC60 2.4 Drive é um modelo muito atraente pois oferece mais por menos dinheiro. O equipamento é muito completo, estando entre os opcionais alguns “gadgets” que esta unidade tinha montados. Mas mesmo que carregue tudo no XC60, verá que o preço não vai alem dos 50 mil euros. Com uma enorme bagageira (495/1455 litros), um óptimo comportamento e tanta poupança, este Volvo XC60 2.4D Drive Momentum é uma proposta muito interessante e que merece ser vista com outros olhos.

Características técnicas

Motor – 5 cil. 20V; 2400 c.c.; “common rail” c/turbo de geometria variável e intercooler; Potência (CV/rpm) – 175/4000; Binário (Nm/rpm) – 420/1500-2750; Transmissão – Dianteira, caixa manual 6 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente, multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4627/1891/1713; Dist. entre eixos (mm) – 2774; Capacidade da mala (lt) – 495/1455; Peso (kg) – 1772; Velocidade Máxima (km/h) – 205; Acel. 0-100 km/h (s) – 9,6; Consumo médio (l/100 km) – 6,0; Emissões CO2 (gr/km) – 159 (Categoria C); Preço – 43.650 Euros

Volvo S80 D5 – “Lyx och bekvämlighet”

volvos80_exteriorNão perceberam? É assim que se diz luxo e conforto em sueco, origem desta berlina que funciona como topo da gama Volvo e que agora recebeu o motor de 2.4 litros turbodiesel com 205 CV.

Confessamos que nunca na nossa carreira longa de muitos e muitos anos tínhamos tido o prazer de conduzir o S80, a berlina topo de gama Volvo. Foi por isso com alguma ansiedade que pegámos nas chaves e iniciámos este ensaio. Aberta a porta de imediato percebemos que estamos num Volvo, pois todas as sensações que experimentámos no XC90, XC60, S60 e companhia vieram-nos à memória.

Qualidade, muita qualidade e o design sueco minimalista mas de tremendo bom gosto servem o primeiro antegosto do S80. Sentados, voltamos a ficar surpreendidos com o conforto e a multiplicidade de regulações de banco e volante. Pena que este último seja um bocadinho grande e colocado muito próximo de nós. Mesmo assim, nota excelente para a posição de condução.

Espaço existe para quatro pessoas viajarem em classe executiva e, reforçamos, muito conforto. Lá atrás, há espaço para as malas e para os sacos de golfe graças aos quase 500 litros de capacidade acedidos através de uma abertura generosa.

Tecnologia de ponta

Pegando no cinco cilindros diesel, a Volvo aplicou-lhe a dupla sobrealimentação o que permitiu a potência subir de imediato para os 205 CV. Não será muito para um 2.4 litros, mas acaba por fazer melhor que o 2.5 turbodiesel que debita 200 CV. E em termos de utilização, a dupla sobrealimentação – com dois turbos de diferentes tamanhos a trabalhar em sequência – confere uma suavidade de funcionamento verdadeiramente espectacular.

Isto porque o turbo mais pequeno funciona nas baixas rotações, deixando o palco para o irmão maior quando ultrapassamos determinado patamar. A tudo isto junta-se ainda o sistema “common rail” da última geração e injectores piezo-eléctricos.

Maior desempenho não rima com maior consumo, pois o S80 não vai além dos 6,2 litros em ciclo combinado. Valor impossível de atingir, mas nas medições que realizámos conseguimos ficar nos 7 litros, cifra que subiu para os 8 litros quando decidimos puxar pelo motor.

Suavidade…

O resultado de tudo isto é uma suavidade impressionante, de tal ordem que lá dentro nem parece que vamos ao volante de um carro a gasóleo. Para ajudar, o Volvo S80 estava equipado com a suspensão Four-C com três níveis de regulação. O primeiro transforma o S80 num verdadeiro tapete rolante que absorve todas as irregularidades sem problemas. O segundo endurece a suspensão e a direcção para uma postura mais desportiva. Finalmente, no modo Advanced ficamos com um S80 muito rijo que se permite andamentos surpreendentes em traçados sinuosos, retira todo o sentido a este Volvo.

Voltámos, por isso, ao primeiro programa (Confort) para desfrutar da suavidade e conforto deste S80. E nesse aspecto não há rigorosamente nada a dizer.

Com um equipamento completo, o Volvo S80 custa pouco mais que 55 mil euros. Mas para ter um S80 igual a este, abra lá os cordões à bolsa e junte mais 15 mil euros. Onde?

No sistema Blis (que detecta veículos em movimento no ângulo morto dos espelhos e que custa 695 euros), no Cuise Control adaptativo com aviso de colisão (1290 euros), sistema de alerta para mudança involuntária de faixa (720 euros), sensores de estacionamento frente e trás (300 euros), chassis Four-C (1560 euros), direcção assistida adaptativa (265 euros), tecto de abrir eléctrico (1260 euros), alarme (745 euros), sistema de navegação (2520 euros), jantes de liga leve de 18 polegadas (990 euros) e mais algumas coisinhas.

Serão, contas feitas, pouco mais de 73 mil euros de carro que se justificam pelo conforto, suavidade e luxo que oferece. Ou como dizem os suecos “Lyx och bekvämlighet”…

Características técnicas

Motor 5 cil. 20V; 2400 c.c.; “common rail”, turbo

Potência (CV/rpm) 205/4000

Binário (Nm/rpm) 420/1500-3250

Transmissão Dianteira, caixa manual 6 vel.

Suspensão (fr./tr.) Independente, McPherson/Multibraços

Travões (fr./tr.) Discos vent.

Comp./Larg./Alt. (mm) 4851/1861/1493

Dist. entre eixos (mm) 2835

Capacidade da mala (lt) 480

Peso (kg) 1645

Velocidade Máxima (km/h) 230

Acel. 0-100 km/h (s) 8,0

Consumo médio (l/100 km) 6,2

Emissões CO2 (gr/km) 164 (Categoria C)

Preço 55.505 Euros (Versão ensaiada 73.321 euros)

Volvo C30 1.6D Drive Summum – Juventude verde

IMG_5447Não estamos a chamar marcianos a ninguém nem sequer a defender o clube do Visconde de Alvalade, apenas situar o Volvo C30 Drive, versão ecológica destinada aos jovens que sublinha atributos de economia e baixas emissões.

Muito se disse sobre o C30 da Volvo, mas a verdade é que a estratégia de comercializar um carro de apenas 3 portas acabou por ter um sucesso relativo. O C30 é uma espécie de híbrido pois na essência é um familiar médio, com aspecto de coupé e espaço para apenas quatro passageiros. Podemos ainda acrescentar que a plataforma é a do Ford Focus e o motor diesel é de origem francesa, mais precisamente do grupo PSA Peugeot Citroën.

Ou seja, o Volvo C30 é um caso de paixão cuja compra é motivada exactamente pelo impulso. Infelizmente os tempos não estão para essas coisas e como a moda agora é a defesa do ambiente, este C30 Drive surge no momento oportuno.

Moda verde

O facto do C30 Drive emitir 115 gr/km é suficiente para custar, comparando versões idênticas como no caso da versão ensaiada (C30 Summum), menos 2500 euros. Com os incentivos ao abate poderá poupar bastante dinheiro. (Ver texto abaixo)

Dinâmica intacta

Construído sob uma base sólida e muito boa em termos dinâmicos, o C30 não perdeu nada em termos dinâmicos. O C30 continua a curvar de forma eficaz e segura e o conforto, apesar do rebaixamento do chassis, não foi minimamente prejudicado. Há algumas diferenças, nomeadamente, os pneus de baixo atrito perderem alguma aderência nas situações limite. A posição de condução é boa e a direcção está ligeiramente mais sensível.

Onde se notam diferenças é realmente no desempenho. Com o alongamento das relações de caixa a agilidade nas ultrapassagens e na retoma de aceleração ressentem-se em relação à versão idêntica sem os truques ecológicos.

Também é verdade que o motor perdeu algum do seu fulgor com estas alterações, mas mesmo assim o C30 Drive não é um carro lento. Necessitamos apenas de nos habituar a um maior tempo de reacção em certas ocasiões.

Quer isto dizer que pelos referidos 2500 euros, não fica de maneira nenhuma a perder em relação a um C30 normal, pois as diferenças de desempenho são perfeitamente razoáveis.

Qualidade e pouco equipamento

Se não for pelo desempenho, pelo preço também não há razões para não escolher este C30 Drive. A versão base fica-se por uns honestos 25.980 euros. E dizemos honestos, pois este é um carro Premium que se faz pagar por isso e pela qualidade que exibe.

O problema é que o equipamento de série nessa versão de base não é muito rico e temos de deitar mão à lista de acessórios. E para ter um C30 Drive como o deste ensaio terá de desembolsar mais de 34 mil euros. Fica com um equipamento rico e de fora apenas o sistema de navegação (2520 euros), o tecto de abrir (1185 euros) e os sensores de estacionamento (475 euros). Perante este novo olhar, mesmo que seja 2500 euros mais barato que a versão normal, o C30 fica um bocadinho caro. Ou seja, a tal compra racional é bem capaz de o afastar do Volvo C30 Drive pois a vida não está para Premium’s…

Mesmo assim, não seriamos justos se não lhe disséssemos que caso tenha argumentos para isso, o C30 Drive é uma boa compra. E sempre é capaz de gastar menos de seis litros de gasóleo aos 100 km (esqueça a média oficial que é impossível de cumprir) o que lhe confere uma autonomia próxima dos 900 quilómetros. É bom não é?

Diferenças Drive

Para conseguir baixos consumos e emissões reduzidas, a Volvo teve de realizar um punhado de alterações ao motor 1.6 litros turbodiesel de origem PSA. Contas feitas, são 10 por cento a menos no consumo médio. A fatia de leão na contribuição para esta cifra vem da reprogramação da gestão do motor. Vários parâmetros foram alterados e conseguiu-se assim uma maior agilidade e aproveitamento das potencialidades do motor.

Outra mexida surge no chassis – herdado do Ford Focus – que foi rebaixado em 10 mm. Também na aerodinâmica houve alterações: deflectores de ar à frente, difusor traseiro mais pronunciado, spoiler de tejadilho de grandes dimensões e a grelha parcialmente fechada.

Depois foi a caixa a sofrer alterações, com relações mais longas na 3ª, 4ª e 5ª velocidades e um novo óleo de transmissão. A direcção eléctrica foi optimizada e com os pneus Michelin de baixo atrito, consegue-se aquela redução nos consumos.

Características técnicas

Motor – 4 cil. 16V; 1560 c.c., “common rail” turbo; Potência (CV/rpm) – 109/4000; Binário (Nm/rpm) – 240/1750; Transmissão – Dianteira, caixa manual 5 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente multibraços; Travões (fr./tr.) Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4252/1797/1447; Dist. entre eixos (mm) – 2640; Capacidade da mala (lt) – 251; Peso (kg) – 1373; Velocidade Máxima (km/h) 190; Acel. 0-100 km/h (s) – 11,3; Consumo médio (l/100 km) – 4,5; Emissões CO2 (gr/km) – 115 (Categoria B)

Preço 25.980 Euros (Preço versão ensaiada 34.161 Euros)

Volvo XC60 D5 – Segunda tentativa

IMG_9780Após o XC90, a Volvo volta a atacar o segmento SUV e se no primeiro assalto falhou o objectivo de derrotar BMW X5 e Mercedes ML, com o XC60 volta a tentar irritar a BMW imiscuindo-se no território do X3. Será mais bem sucedida nesta segunda tentativa?

Como marca Premium, a Volvo não podia ficar de fora do segmento SUV. O primeiro ensaio foi com o XC90, que veio incomodar o BMW X5 e o Mercedes ML, grandes dominadores – junto com um tal de Porsche Cayenne e o seu irmão pobre VW Touareg – dos SUV de topo. Quer dizer, era essa a intenção porém as coisas não correram de feição e a marca sueca arrefeceu o entusiasmo inicial. Mas olhando para as vendas – pelo menos até ao início de 2008 – a Volvo percebeu que o segmento dos SUV médios explodiu e era essencial voltar a incomodar os poderosos, nomeadamente o X3.

Assim nasceu o XC60, um SUV mais pequeno que o XC90 mas criado com o mesmo ADN de todos os modelos nascidos na marca sueca e um factor diferenciador: a segurança.

Estilo arrojado

O desenho do XC60 não nega as origens: linha de cintura bem elevada, frente afilada com a grelha Volvo em destaque, ombros salientes e uma traseira truncada. Novidade é o arrojo de um desenho em cunha com uma traseira fechada e muito curta. A frente também inova apesar da grelha Volvo ser omnipresente. Para ter as barras no tejadilho terá de gastar algum dinheiro, mas ajudam a suavizar a linha algo radical deste XC60. Bonito ou feio, cada um terá a sua opinião, mas deixar as pessoas indiferentes é coisa que este Volvo não é capaz. E com os estribos opcionais com que esta versão estava equipada, o SUV médio da marca sueca dá mesmo nas vistas.

Franqueada a enorme porta e já sentados – depois de vencer a elevada altura ao solo que o estribo lateral demasiado saído não ajuda – somos brindados com mais um exercício do melhor design sueco. Nenhum elemento é particularmente novo em relação ao que já conhecíamos, mas a fina consola central, a arrumação de todos os comandos, a sobriedade do grafismo dos instrumentos deixa-nos sempre impressionados. Outra coisa em destaque é o espaço disponível: muito e até a bagageira com 490 litros permite empalidecer o rival X3.

Voltando aos aspectos práticos, falta de conforto é coisa que ninguém se pode queixar, desde os bancos (verdadeiros sofás) até à facilidade de acesso aos diversos comandos. Há algumas lacunas de equipamento, mas nada que não seja resolvido com o recurso aos opcionais. Isto, obviamente, se escolher o XC60 D5 Momentum, pois o Summum oferece muito mais por apenas 3.600 euros a mais. Ou seja, entre 53 mil euros ou quase 57 mil euros a diferença está nas jantes de liga leve de 18 polegadas, nos bancos aquecidos, nos excelentes faróis bi-xénon direccionais e na regulação eléctrica do banco do condutor de série no Summum. Mas a abertura e fecho eléctrico do portão traseiro é de série…

Infelizmente, a posição de condução não é a melhor, pois o volante está muito próximo do condutor e possui apreciáveis dimensões. Um volante mais pequeno e uma maior amplitude de regulação em profundidade resolvia o problema.

Em matéria de segurança, o XC60 possui bancos para as crianças incluídos de série e se for um fanático deste tema, pode comprar o sistema BLIS (ver caixa City Safe) por 695 euros para juntar ao City Safe, ao avisador de mudança inadvertida de faixa. E se quiser mesmo andar tranquilo, compre o Cruise Control com radar. Por 1290 euros fica com um sistema que reduz a velocidade sempre que se aproxima de um veículo ou obstáculo, recuperando a aceleração quando aqueles desaparecem da frente. Como vê, facilmente o seu XC60 já está para lá dos 60 mil euros. E ainda não chegámos ao fim…

Mecânica poderosa

O bloco de cinco cilindros turbodiesel de 2.4 litros debita 185 CV e um binário de 400 Nm, valores que à partida seriam suficientes para conferir uma excelente desenvoltura ao XC60. Porém, o peso superior aos 1800 quilogramas não ajuda muito. A caixa de velocidade, por seu lado, está bem escalonada e permite aproveitar bem o binário sendo possível cumprir longos períodos de condução sem recorrer à caixa. E ainda bem, pois o curso da alavanca é algo longo e a precisão de engrenamento não é das melhores. Se quiser – e lá vamos nós mexer-lhe no bolso – pode optar pela caixa automática de seis velocidades que custa 6.400 euros. Carota…

Em termos de suspensão, o XC60 utiliza rodas independentes nos dois eixos, sendo atrás multibraços o que permite um controlo avançado dos movimentos da carroçaria e um bom comportamento. E para que tudo fique ainda melhor, podemos recorrer a outro extra, o Chassis Four-C que permite optar por três tipos de condução, ajustando o motor e a suspensão ao que se pretende: Comfort (conforto), Sport (desportivo) e Advanced (elevado desempenho).

A tracção está entregue a um sistema Haldex que privilegia a entrega de binário às rodas da frente, distribuindo depois pelas outras rodas a força consoante a necessidade. Um sistema simples e fiável, mas que limita muito as incursões fora de estrada aos estradões mais suaves.

Aliás, mesmo que conseguisse mais os pneus puramente de estrada cerceavam essa vontade. O que é pena, pois o XC60 possui uma generosa altura ao solo e ângulos de desempenho óptimos (22/27/22 graus, respectivamente, entrada, ventral, saída).

A direcção possui uma boa assistência, embora comunique pouco com o condutor e tenha alguma folga no ponto intermédio, enquanto os travões estão à altura das expectativas.

Comportamento digno

A posição de condução não ajuda muito, mas as suspensões mais duras que a Volvo decidiu introduzir no XC60 para não fugir à inspiração BMW X3, são aliados preciosos para conseguirmos curvar depressa com o XC60. Não vai tão rápido como o X3, longe disso, mas é seguro e sempre que abusamos lá está o ESP a ajudar o mais incauto. O sistema Chassis Four C, que já referimos acima, é um precioso contribuinte para viagens em segurança mesmo que apertemos o ritmo. Onde não há surpresas é no conforto gerado pelo XC60, mesmo com as suspensões mais duras.

Obviamente que os magníficos bancos ajudam e de que maneira nesta percepção de conforto. Um veículo deste gabarito não pode consumir pouco, mas mesmo assim o XC60 consegue valores abaixo dos 10 litros, embora o mais comum seja o computador de bordo não descer dos dois dígitos.

É o preço a pagar pelos 186 CV e por quase duas toneladas de peso. Mais preocupante é o facto do XC 60 emitir praticamente 200 gr CO2 por quilómetro. Mas acreditamos que brevemente surgirá um XC60 Drive pois numa época de poupança de combustível e preocupação ecológica, estas cifras não são animadoras.

City Safety

A Volvo sempre esteve na frente das pesquisas sobre segurança, é algo quem vem desde os primórdios da marca. Atenta a um estudo que apontava como o tráfego urbano como cenário para a maioria dos acidentes rodoviários, a marca sueca criou o City Safety. Na base, é um dispositivo que funciona com um laser e que até aos 30 km/h avalia se há ou não o risco de colisão. Em caso afirmativo, emite um aviso sonoro e luminoso numa primeira fase, assumindo o controlo do veículo caso o condutor não reaja, imobilizando o veículo. Nas versões com caixa manual, o motor é desligado. Simples e acreditem muito eficaz.

Outros sistemas deste Volvo são o avisador de transposição inadvertida da faixa de circulação (sempre que mudamos de faixa sem fazer o pisca, o sistema lança um aviso sonoro), a informação de proximidade ao veículo da frente (através de um sinal luminoso projectado no párabrisas), o BLIS (alerta de aproximação de veículo pelo ângulo morto do espelho retrovisor) e o controlo de descida em declive que controla a velocidade em caso de circularmos num plano muito inclinado.

Características técnicas

Motor – 5 cil. 20V; 2400 c.c.; common rail; turbo; Potência (CV/rpm) – 185/4000; Binário (Nm/rpm) – 400/1750-2750; Transmissão – Integral, caixa manual 6 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente, multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent.; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4628/1891/1713; Dist. entre eixos (mm) – 2774; Capacidade da mala (lt) – 495/1455; Peso (kg) 1827; Velocidade Máxima (km/h) 205; Acel. 0-100 km/h (s) 9,5; Consumo médio (l/100 km) 7,5; Emissões CO2 (gr/km) 199 (Categoria E)

Preço 53.280 Euros (Preço versão ensaiada 64.390 Euros)