FOTA segue em frente, Max Mosley mais sozinho

fota_05_03_09_smallProvavelmente o anúncio de um calendário do futuro campeonato da FOTA num jornal como o “The Guardian” mereça ainda pouco crédito, mas a verdade é que lá está bem escarrapachado um calendário que faz todo o sentido e permite o regresso de algumas pistas emblemáticas. Parece também que a Sky apoiará a FOTA tratando da cobertura televisiva que será vendida em todo o Mundo a preços bem mas em conta que os praticados pelo Bernie “sanguessuga” Ecclestone.

Curiosas têm sido algumas declarações. Primeiro da Williams que já veio dizer que tudo acabará por ser compor, declaração que soa a suspiro final pois a Toyota vai rescindir o contrato de fornecimento e motores – pagando para se livar da equipa de Sir Frank Williams – e a equipa inglesa terá de bater-se com equipas… fantasmas! Depois da Force India, dizendo Vijay Maliya que também acredita numa solução. Claro! ele que está endividado até à ponta da chamuça à FIA e a Ecclestone…

Depois o Bernie Ecclestone a dizer que não vai deixar que desintegrem a Fórmula 1, lembrando que dedicou a sua vida a este negócio, perdeu a mulher e não vai perder dinheiro. Ou seja, parece aquelas lapas que agarram e não querem sair. Finalmente, Max Mosley que já não bastava ter o recorde do Guiness da teimosia, ainda veio dizer que nada disto que está a acontecer é real e que em 2010, em Melbourne, estarão lá todos exceto um ou outro construtor que se irá afastar. Já não bastava o homem aparecer em praticas sado-masoquistas nas páginas do “News of the World” agora ficará lembrado como disse e muito bem o Luis Vasconcelos no Autosport – e aqui faço deferente vénia a este açoreano de boa cepa repetindo as suas palavras – como o homem que acabou com  a Fórmula 1 e muito provavelmente impludirá a própria FIA.

E para a humilhação ser maior, até as novas equipas que e inscreveram no campeonato para 2010, excepção feita às dos amigos de Mosley, pediram à FOTA para lhes arranjarem uma vaga pois os seus patrocinadores assim o exigem. Asim sendo, já haverá 13 equipas e uma grelha de 26 carros na FOTA – que também já tem o Mónaco do seu lado –  enquanto no lado da FIA há uma mão vazia e outra cheia de nada.

E para todos perceberem que a coisa é séria, até já há um esboço de regulamento, muito semelhante ao actual mas cm limitações ao uso de materiais preciosos e caros.

Quando aqui no CAR BLOG escrevemos que a “corda tinha partido” muitos largaram comentários menos próprios e alguns cmentadores até disseram mesmo que munca iria existir uma cisão. Pois é meus amigos, a verdade é que houve e se na FIA continuarem a seguir cegamente o líder, acreditem que a F.1 como a conhecemos… acabou!

Boas notícias para Portugal, pois parece que no calendário do “The Guardian” está lá uma corrida no excelente Autódromo Internacional do Algarve. Paulo Pinheiro é inteligente e rapidamente se ofereceu para trazer a nova F.1 para o nosso pais. Se fossem todos como ele…

GP Inglaterra – RedBull deu asas a Vettel

BRITISH GRAND PRIX F1/2009 -  SILVERSTONE 20/06/2009Profundamente remodelados, os Red Bull-Renault estiveram verdadeiramente imparáveis em Silverstone. Um domínio avassalador que colocou Sebastien Vettel no lugar mais alto do pódio e o seu colega de equipa Mark Webber no segundo lugar, uma dobradinha espantosa porque conquistada ao volante de carros mais pesados à partida que os seus adversários e com um ritmo superior a 1 segundo por volta mais rápido que todos os outros.

As indicações dos treinos foram claras, com Vettel a alcançar a “pole-position” de forma fácil, deixando atrás de si Barrichello e o seu colega de equipa Mark Webber. Com uma primeira parte de corrida alucinantemente rápida onde colocou a volta mais rápida no segundo 20, Sebastien Vettel dominou de fio a pavio, mostrando que as alterações feitas por Adrian Newey foram certeiras. Nomeadamente, a frente em bico de pato com as câmaras de televisão integradas e com função aerodinâmica e a asa traseira menos fechada, além do inevitável extractor duplo.

Mark Webber voltou a terminar no segundo lugar, longe do seu colega de equipa, mas mostrando rapidez e solidez. Uma classificação que lhe permitiu subir na classificação do Mundial.

Em sentido totalmente inverso estiveram os Brawn-Mercedes. Pese embora Rubens Barrichello tenha terminado no terceiro lugar, a verdade é que o brasileiro ficou muito longe dos primeiros (mais de 40 segundos) e numa corrida onde não tinha Jenson Button à sua frente, acabou derrotado pelos Red Bull. O líder do campeonato sofreu a bom sofrer e depois de ter saído dos treinos apenas em 6º, lutou a corrida toda para se manter nos pontos. Apenas no derradeiro fôlego e já com pneus macios, Button atacou Nico Rosberg e Filipe Massa na busca de ganhar mais alguns pontos.

Uma luta espectacular, mas que terminou como começou, ou seja, Jenson Button ficou com o sexto lugar, Nico Rosberg foi quinto e Filipe Massa, depois de uns treinos horríveis onde se classificou apenas em 11º lugar, com uma correcta estratégia de paragens, terminou no quarto lugar. Um bom resultado para a Ferrari que continua a tentar chegar aos primeiros lugares.

Dentro dos pontos ficaram Jarno Trulli com o Toyota a ficar aquém do que se esperava, terminando o Ferrari de Kimi Raikkonen no último lugar pontuável.

Destaques pela positiva para o óptimo 10º lugar de Giancarlo Fisichella, batendo claramente o seu colega de equipa Adrian Sutil, pela negativa para as equipas Mclaren e BMW-Sauber. Lewis Hamilton foi 16º e correu a consolar-se nos braços de Nicole Scherzinger, Heikki Kovalainen foi abalroado por Sebastien Bourdais e terminou mais cedo, enquanto na BMW nem Heidlfeld nem Kubica fizeram melhor que ficar em 15º e 13º, respectivamente. Novidade também Fernando Alonso ter terminado atrás de Nelson Piquet Jr. (12 e 14 lugares, respectivamente) em mais uma corrida decepcionante para a Renault.

No final, Sebastien Vettel comentando a sua prova e a primeira vitória sem ser à chuva, referiu que “nunca é fácil vencer. Este circuito é excelente e tendo um carro fantástico, a partida assumiu grande importância. No primeiro turno ataquei o mais possível e o carro respondeu e partir dai as coisas foram mais simples. O segundo turno foi mais difícil, com muita gente para ultrapassar e todos estavam em luta pelo que tive que ter muito cuidado. A parte final foi apenas para controlar o Mark e ai sim, as coisas foram mais simples. Estamos no bom caminho e apesar desta ser a segunda vez que estou aqui, estou muito feliz e agradeço a todos os espectadores, pois foram fantásticos. É quase irreal que venci, cumpri um sonho antigo.”

Quanto a Mark Webber, referiu que “perdi as possibilidades de vitória nos treinos ao ficar em terceiro. Tive de recuperar e ultrapassar o Rubens e como no segundo turno apanhei muito tráfego. Com o Sebastien já muito longe, preferi levar o carro até final e conseguir um resultado de conjunto excelente para a Red Bull e para o duro trabalho que têm feito para nos dar o melhor carro.”

No terceiro lugar, Rubens Barrichello lembrou que “nos treinos ficamos com a certeza que o terceiro lugar seria o que poderíamos alcançar. Sofri muito no penúltimo turno de condução, com os pneus. Agradeço, também aos médicos e aos fisioterapeutas que resolveram as enormes dores de costas de que padeci durante o final de semana. Tinha como objectivo reduzir a diferença para o Jenson e isso acabou por ser alcançado.”

Curiosamente, tanto Vettel como Webber destacaram a excelência do traçado de Silverstone, com o australiano a dizer mesmo que “esta é uma das melhores pistas para andar com um Fórmula 1, com um encadeado de curvas rápidas técnicas e exigentes. Um circuito que é bem melhor que muitos dos novos que entretanto foram apresentados nos últimos anos.” Uma verdadeira “farpa” em Ecclestone que quer acabar com as corridas no traçado onde a Fórmula 1 começou. Mas como o Mundial parece que não vai voltar a ser o mesmo pode ser que Silvertone esteja de regresso para o ano.

Classificação final

1º Sebastien Vettel (RedBull-Renault), 2º Mark Webber (Red Bull-Renault), 3º Rubens Barrichello (Brawn-Mercedes), 4º Filipe Massa (Ferrari), 5º Nico Rosberg (Williams-Toyota); 6º Jenson Button (Brawn-Mercedes), 7º Jarno Trulli (Toyota), 8º Kimi Raikkonen (Ferrari); etc.

Mundial de Pilotos

1º Jenson Button, 64 pts; 2º Rubens Barrichello, 41 pts; 3º Sebastien Vettel, 39 pts; 4º Mark Webber, 35,5 pts; 5º Jarno Trulli, 21,5 pts; 6º Filipe Massa, 16 pts; 7º Nico Rosberg, 15,5; 8º Timo Glock, 13 pts; etc.

Mundial de Construtores

1º Brawn GP, 105 pts; 2º Red Bull, 74,5 pts; 3º Toyota, 34,5 pts; 4º Ferrari, 26 pts; 5º Williams, 15,5 pts; 6º McLaren, 13 pts; 7º Renault, 11 pts; 8º BMW Sauber, 8 pts; 9º Toto Rosso, 5 pts.

F1: FOTA avança para campeonato independente

fota_05_03_09_smallAquilo que todos esperavam mas que alguns ainda vaticinaram como impossível, vai ser uma realidade em 2010: as oito equipas que fazem parte da FOTA (Formula One Teams Association) não aceitaram as últimas propostas de Mas Mosley e decidiram criar um campeonato independente. Aquilo que aqui no CAR BLOG já tinhamos referido e que alguns vociferaram contra esta ousadia de defender os infames das equipas contra o “status quo” da FIA.

A notícia surgiu em comunicado oficial da FOTA após quatro horas de reunião em Enstone, instalações da equipa Renault. Sublinhado pelos responsáveis das equipas Ferrari (Luca de Montezemolo), McLaren Mercedes (Martin Whitmarsh e Rin Dennis), Renault (Flávio Briatore), Toyota (John Howett), BMW Sauber (Mario Thiessen), Brawn GP (Ross Brawn ), RedBull (Christian Horner) e Toro Rosso (Franz Tost), além de alguns presidentes das marcas, este comunicado deixa bem claro que as equipas agrupadas na FOTA “não pode continuar a comprometer os valores fundamentais do desporto automóvel e por isso decidiram declinar a alteração na inscrição não anulando as condicionantes para a inscrição no Mundial de 2010.”

O comunicado emitido pela FOTA é o seguinte:

“Desde a formação da FOTA no passado mês de Setembro que as equipas têm trabalhado em conjunto e procurado envolver a FIA e o detentor dos direitos comerciais para desenvolver e melhorar o desporto.

A crise financeira sem precedentes a nível mundial tem colocado, inevitavelmente, grandes desafios à comunidade da F1. A FOTA está orgulhosa por ter conseguido atingir as mais importantes medidas para reduzir os custos na história do nosso desporto.

Em particular, os construtores têm prestado assistência às equipas independentes, algumas das quais, provavelmente, não estariam hoje no campeonato sem as iniciativas da FOTA. As equipas da FOTA acordaram, ainda, voluntariamente, com uma substancial redução dos custos, para fornecer um modelo sustentável para o futuro.

Na sequência destes esforços todas as equipas confirmaram à FIA e ao detentor dos direitos comerciais que estavam dispostos a comprometer-se até ao final de 2012.

A FIA e o detentor dos direitos comerciais encetaram uma campanha para dividir a FOTA.

Os desejos da maioria das equipas foram ignorados. Além disso, milhões de dólares de muitas equipas foram retidos pelo detentor dos direitos comerciais desde 2006. Apesar disto e da natureza intransigente, a FOTA procurou sempre um compromisso.

Ficou claro, no entanto, que as equipas não podiam continuar a comprometer os valores fundamentais do desporto, tendo por isso declinado alterar a condição original das inscrições para o Campeonato do Mundo de 2010.

As equipas não têm, assim, outra alternativa a não ser iniciar os preparativos para um novo campeonato, que reflicta os valores dos seus participantes e parceiros. Esta série terá uma governação transparente, um único regulamento, irá encorajar mais equipas e ouvir os desejos dos adeptos, nomeadamente preços mais baixos para os espectadores em todo o mundo, parceiros e outros importantes intervenientes.

Os principais pilotos, estrelas, marcas, patrocinadores, promotores e as empresas tradicionalmente associadas com o nível mais elevado do automobilismo estarão todos representados nesta nova série.”

Uma posição de força que mostra bem como a FOTA tinha a situação bem controlada. Depois das televisões terem aderido de forma clara a esta nova competição – após a promessa de preços mais acessíveis e justos para os direitos de transmissão – muitos circuitos colocarem-se ao lado da FOTA, com destaque para o Mónaco, na pessoa do Príncipe Alberto, pilotos já deram o seu aval e até a ACEA, a associação europeia de construtores automóveis, ter pedido a demissão de Max Mosley por quase o considerarem um ditador, faltava só o anúncio oficial.

Desesperado e mostrando uma falta de humildade tremenda, Max Mosley ainda tentou dividir a FOTA inscrevendo definitivamente a Ferrari e as duas equipas da RedBull, argumentando que estas têm contratos comerciais que as ligam à FIA e à FOA.

Antes do GP da Inglaterra, Mosley tentou desesperadamente evitar o inevitável, ao enviar uma carta às equipas aceitando algumas das condições da FOTA, mas deixando claro que o tecto orçamental continuaria. Na mesma carta, o decadente e teimoso presidente da FIA não evitou mais um tique de prepotência ao pedir às equipas que retirassem a condicionante à inscrição antes da conclusão do novo Pacto da Concórdia.

Ou seja, não bastava ter feito uma chica-espertice com a obrigação de inscrições a mais de 9 meses da próxima época e das tentativas para dividir a FOTA, conseguindo através do dinheiro que lhes emprestou Ecclestone, “roubar” a Williams e a Force India, agora dava um ligeiro passo atrás para as equipas esquecerem tudo e fazer aquilo que ele queria.

Falta saber como será este campeonato até final, sabendo-se que a FOTA tem tudo bem adiantado podendo a nova competição ser apresentada dentro de pouco tempo. Tudo isto será uma grande mentira se a FIA se livrar de Max Mosley e se Bernie Ecclestone se reformar, pois ficou claro no comunicado da FOTA que o presidente da FIA não serve os interesses dos construtores e que a FOA não lhe dá o dinheiro justo por serem eles que faz o espectáculo.

Por nós, venha de lá esse campeonato que poderá passar por Portugal, pois os planos referem provas nos mais variados locais e sempre com custos bem menores para os promotores. Afinal, concordamos com os construrores: então se eles são palhaços que fazem a festa, é o organizador quem leva a maior parte? Sempre queremos ver como se desenvencilhará Mosley e o venerando Ecclestone com um campeonato sem circuitos carismáticos e equipas como a US F1, a Manor e outras do mesmo jaez, além da Williams e da Force India que irão perder o apoio da Toyota e da Mercedes, respectivamente. Será que sobrevivem?

GP Turquia – Brawn e Button esmagam adversários

TURKISH GRAND PRIX F1/2009 - ISTANBUL© FOTO ERCOLE COLOMBOAs suas palavras no final da corrida dizem tudo. “Tive nas mãos o melhor carro de toda esta época! Não sei se é esta pista que se adapta bem ao carro ou se há outra razão, mas nas outras corridas houve sempre alguma sobreviragem, algumas questões, mas aqui parece que o Brawn ia ficando melhor à medida que as voltas passavam. Gostava de ter tido todos os rapazes no pódio!” referiu Jason Button.

Na verdade, foi uma excelente corrida para o piloto da Brawn GP que começou a ser construída nos treinos, onde com um carro mais pesado ficou a migalhas da “pole-position” e cumpriu o arranque sem problemas. E provando que a estrelinha de campeão anda em redor de Button, logo na segunda volta Sebastien Vettel despistou-se à saída da curva 9. De uma vez só o líder do campeonato passava para o comando da corrida e tinha a vitória na mão pois o alemão da Red Bull tinha gizado uma estratégia de 3 paragens que obrigava Vettel a estar na frente de Button e ganhar-lhe tempo.

Sebastien Vettel ainda esteve próximo do Brawn/Mercedes durante o segundo turno entre reabastecimentos, mas Button nunca lhe permitiu qualquer veleidade e condenado a mais uma paragem, o piloto do Red Bull/Renault perdeu a posição para Mark Webber, seu colega de equipa. No final, a equipa acabou por o castigar ainda mais ao lhe pedir para poupar a mecânica o que significava não atacar Webber e recolher os pontos do terceiro lugar. Ou seja, o erro de Vettel (que o jovem piloto imputou a si e ao vento que soprava de traseira, que pelos vistos só o afectou a ele) foi ampliado pelo facto da equipa não mudar a sua estratégia para duas paragens.

Fechado o pódio, o quarto lugar foi para o Toyota de Jarno Trulli. A equipa mudou muita coisa no carro e depois do verdadeiro descalabro que foi o Mónaco, a Toyota recuperou e já esteve entre os primeiros. Porém, das equipas que descobriram o “buraco” do regulamento é a que está a atrasar-se sendo agora a terceira força do plantel.

Rei dos treinos livres, Nico Rosberg conseguiu materializar esse andamento com um bom quinto lugar, não sendo desta vez prejudicado pelo trabalho de boxes da Williams. Apesar de não terminar a prova turca sem prejudicar um dos seus pilotos, saindo a fava a Nakajima que perdeu uma eternidade quando a roda da frente esquerda se mostrou impossível de apertar. Contas feitas, um 12º lugar quando o japonês andou entre os lugares dos pontos.

Se no Mónaco parecia que tinham ressuscitado, a verdade é que num traçado tão exigente como o Istanbul Park a Ferrari voltou à mediania e parece que o Filipe Massa tinha razão quando antes da prova disse que “a questão do título deste ano está encerrada, vamos pensar no próximo ano”. No final, Massa ficou num pálido sexto lugar e Kimi Raikkonen num cinzento 9º lugar, afectado por problemas no Kers e no equilíbrio geral do carro.

A fechar os pontos ficaram Robert Kubica e Timo Glock. Uma compensação para a BMW Sauber, verdadeiramente perdida nas suas próprias opções – com Kers, sem Kers, caminho aerodinâmico a seguir, etc. – e que viu Nick Heidfeld terminar no 11º lugar após uma prova de sacrifício com apenas uma paragem e um carro muito pouco eficaz. Glock limitou-se a chegar ao final e recolher mais um pontinho.

A McLaren saiu da Turquia verdadeiramente humilhada. Na qualificação Hamilton ficou logo na primeira fase, Kovalainen chegou à segunda mas foi o pior e na corrida, optando por largar com os carros carregados de combustível não foram além dos 14º e 15º lugares, escapando Hamilton por muito pouco a terminar a corrida com uma volta de atraso para o Brawn/Mercedes de Jason Button.

Infeliz esteve Rubens Barrichello. O brasileiro falhou completamente o arranque e depois de engolido pelo pelotão, tentou recuperar posições mas, desastrado, acabou por ver a sua corrida estragada com um toque em Kovalainen (que destruiu a asa dianteira) e uma caixa de velocidades que depois de perder a sétima marcha, acabou mesmo por partir obrigando-o ao primeiro abandono da época e primeira desistência de um carro da Brawn GP. Numa prova que teve em Giancarlo Fisichella o outro desistente com problemas nos travões do seu Force India.

Contas feitas, foi a sexta vitória de Jason Button em sete corridas (apenas não venceu na China, onde foi terceiro) que lhe permitiu igualar o recorde de Michael Schumacher ao vencer seis em sete corridas de início de um campeonato. E uma vantagem de 28 pontos que lhe permite colocar uma das mãos no campeonato deste ano.

Classificação final

1º Jason Button (Brawn-Mercedes), 1h26,848s à média de 214.968 km/h; 2º Mark Webber (RedBull-Renault), a 6,714s; 3º Sebastien Vettel (RedBull-Renault), a 7,461s; 4º Jarno Trulli (Toyota), a 27,843s; 5º Nico Rosberg (Williams-Toyota), a 31,539s; 6º Filipe Massa (Ferrari), a 39,996s; 7º Robert Kubica (BMW-Sauber), 46,217s; 8º Timo Glock (Toyota), 46,959s; 9º Kimi Raikkonen (Ferrari), a 50,246s; 10º Fernando Alonso (Renault), a 1m02,420s; 11º Nick Heidfeld (BMW-Sauber), a 1m04,327s; 12º Kazuki Nakajima (Williams-Toyota), a 1m06,376s; 13º Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes), a 1m20,454s; 14º Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes), a 1 volta; 15º Sebastien Buemi (Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta; 16º Nelson Piquet Jr. (Renault), a 1 volta; 17º Adrian Sutil (Force India-Mercedes), a 1 volta; 18º Sebastien Bourdais (Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta.

Fotos Bridgestone Motorsport

Teimosia e boçalidade, cada um bebe a que quer…

mosley_montezemoloA frase saiu sibilina e carregada de sentido. “Querem impor regras façam o vosso campeonato!” Foi assim que Mas Mosley respondeu à inscrição em bloco e condiciona das equipas que fazem parte da FOTA (Formula One Teams Association). O presidente do órgão máximo do desporto automóvel mundial continua a ser teimoso e depois da faceta vergonhosa de depravação e desrespeito pela memória do holocausto, Mosley revela uma faceta boçal e que prova à evidência a sua incapacidade para se manter à frente da FIA.

Curiosamente, quando aqui escrevemos que a corda tinha partido e que sem Ferrari e sem Mónaco a F1 desaparecia, vozes vociferaram “blasfémia!” e alguns colunistas de vários órgãos de comunicação social vieram a terreiro dizer que “muito bem, deve haver tecto orçamental” e que “a Ferrari não passava de meninos mimados” que queriam gastar o que bem entendiam.

Parece que tínhamos razão, pois alguém no seu perfeito juízo consegue encarar uma F1 sem os carros de Maranello e o “glamour” do Mónaco?

Mosley parece acreditar – e só mesmo ele – que isso não são problemas para a fórmula 1 e do alto da sua arrogante boçalidade lançou aquela verdadeira pérola. Manobras verdadeiramente imorais como forçar as inscrições cerca de 9 meses antes da época 2010 começar e com ferir um prazo apertadíssimo para decidir quem será admitido em 2010, foram combatidas com um simples gesto: nove equipas inscreveram-se juntas condicionando essa inscrição a um novo Pacto da Concórdia.

Entalado como não esperava, Mosley sacudiu a pressão nervosamente com a tirada que acima escrevemos e continua a manter um braço de ferro que não o vai levar a lado nenhum. Se por um lado é verdade que um novo campeonato teria de maturar durante algum tempo para conseguir alcançar a fama do actual, a verdade é que sem equipas, Mosley arrisca-se a ver o seu grande amigo Ecclestone a virar-lhe costas.

Por enquanto ainda continuam amigos, pois duas equipas surgiram inscritas que certamente têm o dedo de ambos: a March já teve a influência de Mosley, a Brabham já esteve nas mãos de Ecclestone. Obviamente que não passam de tigres de papel e até a família Brabham já veio avisar que a utilização indevida do nome Brabham será julgado nos tribunais.

Previsões só depois do jogo como referiu em tempos um ídolo do pontapé na bola, mas cada vez mais parece que vamos ter duas F.1 e um Mosley só, birrento e a refilar com a sua própria sombra…

Querem a minha opinião: amigos da FOTA, estão à espera do quê para começarem já um novo campeonato?