Mazda MX-5 1.8 Exclusive – Continua lindo!

mx5aberturaAlguém clamou que o “Rio de Janeiro continua lindo” e nós acreditamos e pegando na inspiração do poeta, perante este Mazda MX-5 apenas podemos dizer que “o MX5 continua lindo!”

Confessamos que o Mazda MX-5 é uma paixão muito antiga e por isso desde já alertamos para alguma parcialidade na análise à derradeira versão de um automóvel com uma longevidade que ultrapassa as duas dezenas de anos e que é um ícone da indústria automóvel.

O tempo passa e tudo muda e o MX-5 também mudou bastante desde o primeiro modelo conhecido como Miata. Já não há faróis escamoteáveis (há muito tempo…), o tamanho cresceu, o conforto é maior e a mecânica é mais amiga do ambiente, mas tudo o resto está bem presente: posição alongada de condução, tracção traseira, baixo peso e grande prazer de condução. Bom, vá lá, prazer de condução, pois o MX-5 já tem toda a parafrenália de ajudas à condução dos carros modernos e corta um bocadinho o prazer…

Ora, então o que há de diferente nesta versão 2009? Além de um novo grafismo na consola central… nada.

É tão giro!

Tentámos muitas vezes contrariar a “vox populi” mas a verdade é que por onde passámos, a opinião era unânime: é tão giro! E quando estávamos a fotografar o MX-5 fomos abordados por um indefectível dos MG (como se um MGF fosse concorrência do MX-5…) e confessou que achava o Mazda um carro lindíssimo. Palmadinha nas costas, obrigadinho e lá foi ele para a praia a pensar no seu MGF e na vontade de ter um MX-5.

O carro que nos tocou em sorte para ensaio estava equipado com capota de lona. Há uma versão com tecto rígido retráctil mas entendemos que esse não é um puro MX-5, antes uma concessão ao progresso. O interior revelou-se bem construído e com materiais de qualidade e com uma ergonomia surpreendentemente boa para um carro desta natureza.

Como o bom tempo parece ter chegado para ficar, decidimos abrir a capota – acção que se tem de fazer com as duas mãos, soltando o trinco e positivamente mandando a capota para trás das costas – e encontrar a melhor posição de condução. Regulando a altura do banco e do volante, conseguimos encontrar uma posição satisfatória. Infelizmente, para quem pesa mais de 100 quilogramas o MX-5 terá sempre uma medida abaixo do que necessitamos. Quem nos manda a nós ser baixos, perdão, fortes?!

Motor justinho

Bom, sentados o melhor possível – e que fique bem claro que a posição de condução de uma pessoa “normal” é excelente, como o comprovou a minha esposa – demos vida ao bloco de quatro cilindros e 1.8 litros. Pena que a caixa seja de apenas 5 velocidades (a unidade de seis marchas está reservada para o mais poderoso 2.0 litros). Olhámos para a ficha técnica e franzimos o sobrolho perante “apenas” 126 CV (rendimento modesto para um 1.8 litros), voltando a sorrir quando reparámos que o peso fica-se por pouco mais que uma tonelada. Voltámos a suspirar pois iríamos penalizar fortemente a relação peso/potência. Adiante.

Após alguns quilómetros facilmente percebemos três coisas: a diversão ao volante do MX-5 é menor que outrora; o motor 1.8 decididamente não tem alma suficiente para nos deixar de cabelos em pé; deixou de ser um carro puramente tracção traseira e passar a ter tiques de segurança que o fazem sair, imagine-se, de frente.

É verdade que falta a potência do bloco de 2.0 litros, a maior rigidez da suspensão dessa versão, o autoblocante e os maiores pneus. Se esquecermos tudo isso, conseguimos divertir-nos um pouquinho, mas a verdade é que o MX-5 é agora um carro muito mais seguro e menos divertido. Fica a facilidade de andar de cabelos ao vento a velocidades consideráveis, a rigidez do chassis e alguma emoção que se consegue quando se desliga o ESP. Mas mesmo nessa altura, as derivas da traseira são escassas. Viva a segurança! É evidente que entendemos o caminho seguido pela Mazda com o MX-5 1.8, claramente apontado a condutores jovens e inexperientes que devem ser minimamente controlados. Para os mais experientes lá está o 2.0 com 160 CV e muito mais genica e mau feitio…

Foi com imensa pena que nos despedimos do MX-5. Fechamos a capota – operação que deverá ser feita fora do carro para evitar aleijar-se no braço. É que terá de destrancar a capota através de uma alavanca colocada entre os bancos e depois ir buscá-la lá atrás. É possível fazer isto com apenas uma mão, mas a nossa idade já não contempla essas aventuras… Mas dizíamos, fechamos a capota, trancámos o carro, maldissemos a nossa vida e uma pergunta martelava-nos violentamente: porque raio não tenho eu 28 mil euros para ter um MX-5?!

Características técnicas

Motor – 4 cil. 16V; 1798 c.c.; injecção; Potência (CV/rpm) – 126/6500; Binário (Nm/rpm) – 167/4500; Transmissão – Dianteira, caixa manual 5 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, duplo triângulo/Independente, multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4020/1720/1245; Dist. entre eixos (mm) – 2330; Capacidade da mala (lt) – 150; Peso (kg) – 1075; Velocidade Máxima (km/h) – 194; Acel. 0-100 km/h (s) – 9,9; Consumo médio (l/100 km) – 7,0; Emissões CO2 (gr/km) – 167 (Categoria C); Preço – 28.201 Euros