Renault Scénic 1.5 dCi 110 – O melhor de sempre

GJ3I9705A Renault inventou o segmento maior (com a Espace) e foi ultrapassada “à má fila” pelos rivais com a moda dos MPV compactos. Hora da vingança com um modelo de estilo cativante, técnica evoluída e onde apenas o motor 1.5 dCi surge como elo mais fraco. Mesmo assim, o melhor Scénic de sempre.

Apareceu depois do Grand Scénic, a versão de sete lugares mais familiar e com um estilo mais conservador ditado até pelas maiores dimensões, mas o Scénic surgiu em grande estilo. A primeira nota vai para o estilo bem cativante do Scénic, com uma frente longa que ostenta a nova identidade da marca francesa e uma traseira bem mais curta resolvida de uma forma muito interessante com a aplicação de uns farolins “boomerang” cuja inclinação contraria a do terceiro vidro lateral. Segunda nota vai para a maior qualidade de construção, um esforço bem evidente nas junções e nos plásticos exteriores bem mais robustos que anteriormente. Sendo um monovolume, o que mais interessa é mesmo o interior. Vamos então saber como é o interior do Scénic.

IMG_0110Espaço e versatilidade a rodos

Abrindo a grande porta do condutor, somos acolhidos por um tablier de muito bom gosto, onde predomina a informação digital mas de grande qualidade e leitura perfeita. Poderá ser preciso óculos para os mais pitosgas – nomeadamente para o sistema de navegação cujo ecrã é pequeno – mas a verdade é que o grafismo é moderno e atraente.

Depois, alvíssaras! temos direito a um volante bem colocado com amplas regulações. Como o banco também regula em todas as direcções, temos então direito a uma posição de condução que não sendo perfeita está anos-luz melhor que anteriormente.

Olhando para o lado e para trás, somos recompensados com muito espaço interior, três bancos individuais com regulação independente e capacidade para rebaterem e serem retirados se necessário for. Depois é um mundo de equipamentos que deveriam ser próprios de um monovolume: mesinhas nas costas dos bancos dianteiros, bolsas nas portas e nas costas do banco muito generosas, alçapões à frente dos bancos traseiros, gavetas debaixo desses mesmos bancos, tomadas de 12 volts para ligar todo o tipo de gadgets e porta-luvas de grandes dimensões. A bagageira é generosa e de fácil acesso, graças a um portão enorme.

E depois… o conforto. O Scénic continua um automóvel muito confortável onde as viagens são um prazer e não uma agrura. E já agora, porque não dizê-lo, a qualidade de construção e de materiais está agora num patamar muito superior que eleva o estatuto do Scénic, juntamente com o completo equipamento oferecido de série.

Comportamento acima do esperado

Sejamos francos: nem todos os carros são feitos para andar “a abrir” que nem loucos. E por vezes esquecemo-nos dessa realidade e queremos que monovolumes cuja única função é ligar o ponto A ao ponto B com o maior conforto possível e sem constrangimentos em termos de espaço, seja um desportivo. O Scénic não é um desportivo, mas surpreendeu-nos pela positiva ao aceitar ritmos elevados que são limitados pelo rolamento da carroçaria e pela inevitável cedência do eixo dianteiro à subviragem. Nada de preocupante até porque o ESP não se pode desligar (apenas o controlo de tracção e que nada ajuda em estar desligado) e ajuda a compor os deslizes dos excessos do condutor.

Como referimos no início, o grande problema está no bloco 1.5 dCi que, apesar dos 110 CV, não consegue dar uma boa vivacidade ao Scénic nem sequer acompanhando as capacidades em curva do chassis. Não se enganem , porém, pois o Scénic não é um molengão – pelo menos com duas pessoas a bordo – que é humilhado por citadinos. Mas como também já referimos, este é um familiar e nesse aspecto até pode ser um nadinha lento quando carregado (e ai o peso vai além dos 1429 kgs com condutor a bordo) que não reclamamos por isso.

Em contrapartida, o Renault Scénic 1.5 dCi de 110 CV é brilhante em termos de consumos, com uma autonomia superior a 1000 quilómetros(!) caso sejamos dóceis com o pé direito. Impressionante!

Características técnicas

Motor – 4 cil. 16V; 1461 c.c.; “common rail” c/turbo de geometria variável; Potência (CV/rpm) – 110/4000; Binário (Nm/rpm) – 240/1750; Transmissão – Dianteira, caixa manual 6 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Eixo semi-rígido; Travões (fr./tr.) – Discos vent./Discos; Comp./Larg./Alt. (mm) – 4344/1845/1637; Dist. entre eixos (mm) – 2702; Capacidade da mala (lt) – 437/522/1637/1837; Peso (kg) – 1429; Velocidade Máxima (km/h) – 180; Acel. 0-100 km/h (s) – 12,3; Consumo médio (l/100 km) – 5,2; Emissões CO2 (gr/km) – 136 (Categoria C); Preço – 29.000 Euros