Luxo e tecnologia combinam de forma perfeita no corpo agora mais esbelto do BMW série 7, traduzindo o 730d equipado com o bloco de seis cilindros turbodiesel a forma mais acessível de entrar no universo das berlinas de topo da marca bávara.
Perante um carro que custa 100 mil euros e mais uns tostões, qualquer um nesta altura seria tentado a dizer que este é carro é um “ultraje” e seria demasiado fácil seguir essa via. Como em tudo na vida há quem sofra menos com as dificuldades conjunturais e esses apesar da condenação social tem todo o direito a usufruir de um carro como o BMW 730d.
Sem hipocrisias nem falso moralismos, quem não gostaria de ir ao diariamente para o trabalho num carro como este? Até o mais empedernido dos revolucionários e defensores da classe operária. A nós não nos importava nada…
Conservador, mas belo
O dedo de Chris Bangle foi necessário para recolocar a BMW nas bocas do mundo – lembram a expressão “falem bem ou mal, mas falem”? – e o série 7 foi o primeiro a expor-se. Logo se levantaram as vozes dos “velhos do Restelo” mas a verdade é que a marca alemã vendeu a sua berlina de topo como pãezinhos quentes. Alcançado o objectivo, o genial (ou besta, depende do prisma por onde se queira olhar…) designer saiu e deixou tudo nas mãos de Van Hooydonk que trouxe de volta as linhas mais clássicas e neste novo Série 7, Meu Deus!, o carro é espectacular. Nos dias que privámos com ele, todos sem excepção ficaram de boca a aberta perante as linhas deste 730d. E nós partilhamos essa opinião!
Mas o que mais impressiona é que o Série 7 é um verdadeiro navio almirante, pensado para homens de negócios que viajam no banco traseiro, que após cinco minutos de andarmos no banco traseiro, imediatamente queremos passar para o banco do condutor. É um magnetismo impressionante!
Mais potente, mais equipado, mais rápido, mais acessível
O BMW 730d está equipado, como referimos, com um bloco de seis cilindros em linha turbodiesel de alimentação por rampa comum que aqui surge com 245 CV, acoplado a uma caixa de velocidades automática de seis relações e a inevitável tracção traseira. Da imensa gama de recursos deste verdadeiro compêndio tecnológico destacamos o sistema “Dynamic Driving Control” que controla desde a suspensão ao motor, passando pela caixa de velocidades e pela direcção, as diversas ajudas à condução, o “Integral Active Steering” (sistema de direcção nas rodas traseiras), a direcção activa e o surpreendente consumo médio de 7,2 litros aos 100 km/h. Diz a BMW, pois nós nunca conseguimos lá chegar. Também nunca andámos a tentar muito pois que é o palerma que tem mais de 100 mil euros para comprar um 730d e depois anda a poupar gasóleo? De qualquer forma, num registo normal e sem excessos nunca ficámos acima dos 8,5 litros e apenas quando “abrimos a goela” ao seis cilindros o computador de bordo dizia que estávamos a gastar mais de 10 litros.
No que toca ao equipamento, somos inundados por uma catadupa de coisas que nem vale a pena estar aqui a referir. Não haveria espaço! Basta dizer que não falta nada e que, finalmente!, o iDrive está fácil de usar e compreender. Mesmo que as funções e regulações sejam mais que muitas…
E é verdade, o BMW está mais acessível, pois os mais de 100 mil euros que custa fazem dele a proposta de luxo mais acessível do mercado com um equipamento muito, mas mesmo muito rico.
Comportamento exemplar
Já falámos do “Dynamic Driving Control” e do “Integral Active Steering”. O segundo é um sistema que oferece direccionalidade às rodas traseiras o que confere, desde logo, uma enorme vantagem e rediz de forma evidente os constrangimentos com os mais cinco metros do 730d.
O primeiro é muito mais abrangente. Com um leque de opções alargado, possui o modo Conforto e o modo Sport, este com dois programas, o Sport e o Sport +, este último perfeitamente dispensável, pois o 730d fica excelente no modo Sport. O carro ganha uma agilidade verdadeiramente impressionante que nos deixa boquiabertos.
Fácil de conduzir, o único problema é o excesso de confiança, tão largos são os limites deste 730d. Damos por nós a pensar se não nos enganámos e trouxemos um Série 5… Só quando olhamos para o lado e a nossa parceira fica algo longe é que aceitamos que vamos ao volante de um série 7.
Mas há mais coisas interessantes. Aliás, coisas interessantes não falam neste 730d. Uma delas são as câmaras laterais colocadas no párachoques dianteiro que nos permitem ver para os lados, evitando o sempre inoportunos toques com os cantos do párachoques. Depois há a câmara de retrovisão, o “Head-Up Display” que nos da toda a informação sem que seja necessário olhar para o painel de instrumentos, o “cruise control” adaptativo que faz tudo por nós, até travar o carro e a direcção activa. Ufa!
Obviamente que este espectacular desempenho não belisca o necessário conforto para quem é o cliente habitual deste tipo de carro. O problema mesmo é que alguns motoristas irão parar ao desemprego. Eu, se tivesse um 730d andava com motorista? Nunca! Jamé!
Características técnicas
Motor – 6cil. 24V; 2993 c.c. “coomon rail”, duplo turbo; Potência (CV/rpm) – 245/4000; Binário (Nm/rpm) – 520/1750-3000; Transmissão – Traseira, caixa auto. 6 vel.; Suspensão (fr./tr.) – Independente, McPherson/Independente multibraços; Travões (fr./tr.) – Discos vent.; Comp./Larg./Alt. (mm) – 5070/1900/1470; Dist. entre eixos (mm) – 3070; Capacidade da mala (lt) – 570; Peso (kg) – 1940; Velocidade Máxima (km/h) – 245; Acel. 0-100 km/h (s) – 7,2; Consumo médio (l/100 km) – 7,2; Emissões CO2 (gr/km) -192 (Categoria E)
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